29 de novembro de 2007

Beleza diferente

Quando eu era criança, meu maior sonho era ser bonita. Olhava aquelas meninas do colégio, todas “certinhas", cabelo lisinho, olho azul, com a canela sem nenhum machucado e ficava me sentindo um monstrinho. Cabelo anelado era (e ainda é) execrado. Minhas pernas cheias de marcas de tombos (eu não era fácil), um ar desengonçado, tudo me fazia sentir mais feia. Não que fosse um sofrimento, crianças não sofrem a toa, mas era um incômodo, um desejo de ser igual à maioria.
Minha prima e melhor amiga, a Ju, era do time das bonitas, cabelo liso preto, olho azul, branquinha...parecia uma fada (até hoje). Um fatídico dia, eu caio na besteira de perguntar pra minha mãe se eu era bonita igual à Ju. (As mães sempre são responsáveis por traumas de infância, querendo ajudar, acabam fudendo o troço todo). Eis que minha mãe vem com a frase que ressoaria em minha mente por longos anos: Minha filha, você tem uma beleza diferente!!!
Fudeu tudo....beleza diferente para uma menina que queria ser igual era o fim.

Demorou muito pra eu perceber o que ela queria dizer (se é que tem desculpa uma frase desta...hehehe). Demorou, mas um dia eu descobri que meu cabelo anelado era bonito, quando mais sarará ele tivesse. Descobri que eu tinha um charme, bom papo, um corpo bacana e podia ser bonita sim. Não como as moças que normalmente estampam as revistas, não com escova definitiva e lentes de contato. Bonita como eu era........uma beleza diferente!

As mães acabam sempre tendo razão.

Obs: nada contra as moças normalmente bonitas, cada um na sua, inclusive continuo achando a Ju linda... e quando caio na besteira de comprar revista feminina me deparo com tantas beldades que volto ao meu tempo de escola e por milésimos de segundo (antes da razão entrar em cena) tenho a suprema vontade de ter uma beleza normal.

Obs 2: quando contei pra minha mãe deste “trauma”, estávamos a família toda reunida e tomávamos algumas biritas, caímos na gargalhada, malhamos muito a dona Gláucia e suas gafes impagáveis. Ela, no entanto, ficou tentando se explicar...culpada coitada....coisa de mãe.

6 comentários:

Anônimo disse...

existem traumas de filha também viu? Imagino sua mãe até hoje com consciencia pesada.. tadiiiiiiinha!!! uahuahuahuahuaha
Mas falando serio, quando a gente cresce, percebe que a beleza verdadeira passa longe do que vemos na TV ou o que a sociedade coloca como perfeito... na verdade, e isso descobrimos na adolecencia né Grazi?, quanto mais diferente somos, mais as pessoas se atraem por nós... ou seja... TAMO BEM DEMAAAAIS kkkk

Anônimo disse...

Engraçado, a jabuticaba do vizinho é sempre mais gostosa...
eu ficava sonhando em ser descolada, um milhão de amigos, correr riscos... mas morria de vergonha de ser notada, de aparecer! Que coisa! Eu me sentia diferente!

HELENA LEÃO disse...

o bacana é isso Ju, cada um tem seus encantos...e vai descobrindo aos poucos...a diferença é que colore o mundo!!!!

barbara disse...

Vixe, por falar em beleza, que foto esta sua, Helena, aqui no blog! Lindíssima!

Gustavo Fonseca disse...

Que a Ju é mesmo linda, eu não tenho como negar, já que eu casei com ela e nós já temos dois lindinhos.

Mas, como disse acima a Bárbara, essa foto sua do blog, assim como a imagem que quem te conhece tem de você são documentos de que a sua beleza já não é mais tão diferente assim...

Essa primeira maturidade que vem da maternidade te fez muito bem; além de linda, você é linda.

Beijos.

HELENA LEÃO disse...

fiquei lisonjeada gu...mas concordo que a maternidade nos deixa mais bonitas...a paternidade também, viu?