29 de maio de 2009

Da minha Deusa

OLHA SÓ A CARTA QUE MINHA MÃE ME DEU NO DIAS DA MÃES: (A DANADA TEM O DOM DA PALAVRA)


"De: Mãe
Para: uma filha (que já é mãe)

Começaria tudo outra vez se preciso for, minha amada...
O milagre da vida se personifica em você filha.
Ao nascer, tão frágil, magrinha, branquinha, indefesa, me senti plena, inteira, preenchida, mas também insegura, imatura, pequena, desafiada. Que poder e responsabilidade é esta que nos é dada, sem manual, sem bula, e pior, sem contrato de seguro de vida ou um contrato que te assegurasse por perdas e danos que eu pudesse causar em sua vida. Nós duas às cegas, entregues uma a outra sem aparato algum que nos permitisse certezas sobre o que viria a seguir.
E assim trilhamos um caminho que foi só nosso. Vivemos experiências que só nós duas sabemos a intensidade , experimentamos em plenitude toda a magia de ser mãe e filha.

Hoje, ando devagar – você corre.
Me perco em pensamentos – você age.
Descanso – você avança.
Sonho – você realiza.
Reflito – você arrisca.
Recordo – você cria.
Acendo abajures – você refletores.
Contemplo – você reinventa.
Abrando – você desafia.
Acalento – você impulsiona.
Degusto – você alimenta.

Esta metamorfose só acontece, hoje, porque você é mãe.
Aí está você, também sem bula, sem manual, procurando construir sua verdade e perpetuando o grande milagre da vida – ser mãe.

Filha, que Deus e o universo lhe ajudem nessa caminhada e tenho certeza, no final, você também começaria tudo outra vez..."

CLARO QUE CHOREI NÉ?????

21 de maio de 2009

Hoje não quero companhia...




O garçom chegou com a cerveja e pôs dois copos na mesa. Acontece que estou sozinha. Acontece também que não se pode tomar cerveja sozinha sem antes dar uma explicação para o garçom e para todos que me olham como quem diz: Coitada, levou um bolo! Ou , que pena desta garota,não deve ter ninguém.
A solidão alheia incomoda as pessoas, talvez porque represente a parte mais dolorida da condição humana: A implacável solidão!
O copo vazio a minha frente, que de fato não pertencia a ninguém torna-se um incômodo geral porque pertence a todos.
Hoje não quero companhia. Talvez eu encha o copo vazio, mas acho que não convém deixar a cerveja esquentar.