15 de fevereiro de 2008

Nossos amigo Clóvis

Socorro!!!!!!!!!
Só pode ser macumba que fizeram pra me destruir, pra acabar de vez com minha paciência. Enterraram meu nome junto com um saco de cimento e agora as construções me perseguem. Em três anos foram 2 prédios sendo construídos ao lado da minha casa, uma reforma que nunca acaba no vizinho de cima, uma outra monumental ao lado do meu escritório.
Pra piorar tudo os pedreiros da construção ao lado de casa resolveram criar galinhas no canteiro de obras. Eu juro estar falando a verdade. Um galinheiro com direito a pintinhos piando o dia todo e um maldito galo que para não perder sua fama, insiste em cantar as 4 e meia da manhã, não sem antes dar uma sacolejada nas asas fazendo um barulho horrível.
Não, eu não moro no interior, mas na capital de um dos principais estados da principal região do Brasil.
No começo, quando ouvi os primeiros indícios das aves achei que era delírio. Depois pela janelinha do corredor do prédio avistei as primeiras galináceas a ciscar. Acreditei que elas deviam ter alguma função. Meu marido levantou a hipótese de ser por causa de possíveis cobras existentes no lote. Aceitei. Mas depois a família das galinhas começou a crescer e a coisa foi ficando insuportável. Até que em um belo domingo de sol, voltando de um final de semana no sítio, ao abrir a porta da área privativa de meu apartamento, me deparo com um exemplar masculino das ditas cujas, o mesmo que me acordou em diversas madrugadas.
Percebam o quão surreal é isso tudo: moro em Belo Horizonte, em um apartamento de um bairro classe média (deve ser isso), chego em casa domingo e tem um galo no meu quintal. “sopra que é farofa, chuta que é macumba” diria a sábia tia Bê. Não soprei e nem chutei. Fiquei com dó do bichinho e fui logo arrumar alguma coisa pra ele beliscar. Sr. galo, você aceita um drink? Sr. galo, você se incomodaria em não fazer mais cocô na minha cerâmica encerada? Será que poderia cantar um pouquinho mais tarde?
Meu filho mais velho logo tratou de dar nome ao bichinho: Clóvis.
Tinha um galo no meu quintal e agora a família inteira já se apegara a aquele ser penoso.
E como depois de todo domingo vem uma segunda feira, a segunda chegou e junto com ela o pedreiro da construção ao lado, dono do galo, ou melhor, dono do Clóvis.

_Nem vem moço, não vai levar o galo de jeito nenhum, você já está sem razão, pois criar galinhas em uma construção é um absurdo e ainda por cima deixar o bicho pular pro lado de cá, ficar sem comida o final de semana inteiro e agora vem dizer que quer ele de volta??? Pode tirar seu galinho da chuva que o Clóvis é nosso.

Não sei quem tinha a cara pior, se era o pedreiro, se era meu marido, pensando que eu tinha pirado, ou se era o Clóvis, coitado, alheio àquela disputa por sua pessoa.
É claro que meus argumentos não colaram e meu marido já estava doido pra despachar o penoso pra longe da nossa casa. E assim o Clóvis se foi. O brutamonte do pedreiro enfiou o coitado (o galo) num saco e picou a mula. Só restaram alguns milhos jogados no chão e a carinha triste da pequena dizendo: Mamãe, cadê o cocó???

4 comentários:

Gustavo de Sá disse...

Helena, o Galo é assim.... Ou você ama ou odeia....hahaha
ô, ô, Ô! Vai pra cima deles galô!

A verdade: as mães têm sempre a razão!

Abraço.

Gustavo de Sá disse...

li o post do seu trauma de infancia tb...

D! disse...

Vc contou o caso do Clóvis, só esqueceu de citar a parte que vcs pensaram em "adotar' o bicho...comédia!

Marcelo Sevaybricker Moreira disse...

Vocês só esqueceu (?) de mencionar que o seu karma com a construção civil não acaba nesse caso exótico e esdrúxulo do Clóvis: como outras mulheres, você já foi vítima dos olhares inconvenientes dos obreiros desse ramo.
Não apenas como toda mulher mas como qualquer ser humano, não há como resitir a um cochilo, uma pestana de tarde quando você tira folga ou está de férias do trabalho. Para tornar o sono ainda mais agradável tira-se a roupa e abre-se a janela para permitir entrar aquela brisa úmida e fresca desses dias chuvosos. Pois é: você mal acaba de abri os olho e tá lá: uma renca de pedreiros tarados e plantados no parapeito observando a linda paisagem.
Neste caso, recomendo eu: jamais, nunca, nunquinha da silva, levante-se de súbito e vá em direção à janela expressar toda a sua revolta e descontentamento com os fdp dos pedreiros. A não ser que queira tornar a festa particular deles ainda melhor!