19 de fevereiro de 2008

cansei de ser eu



Tem hora que parece que o corpo vai explodir de tanto sentimento, pensamentos, verdades, pieguices, sonhos, raivas, buzinas. Não faz silêncio dentro de mim. É um barulho rouco, preso pela anatomia que não favorece a acústica.

Não dá pra estar sozinha estando comigo mesma. Eu encho o meu saco o tempo todo. Eu não dou descanso a mim. Eu sou barulhenta, falo alto e não me ouço. E além de tudo ainda quero companhia.

Não dá pra sentir solidão estando envolta a tudo. Caminhar sozinha de mãos dadas com tudo o que há, não é solitário. Longe de mim esta conversa fiada de copo meio cheio, meio vazio. Estamos abarrotados de coisas o tempo todo, eu, você e o copo. É chato estar cercado de tudo quando se deseja o nada. Estar vazio, fino e agudo como o som de um apito. Mas somos normalmente graves, trombones a tocar sem descanso, cheios de razão e conhecimento. Pesados.

Por que eu não vou ver se eu tô na esquina?

4 comentários:

D! disse...

Será que somos irmãs?Rs...Tem hora que nem eu me aguento!! Bjos tratante!

Renatinha disse...

E isso sem contar a multidimensionalidade ne? solidão? aiii quem me dera!!!!
Beijao Grazi!! Amo se blog...

barbara disse...

Tiro certeiro, Helena! Puta que pariu, explicou um grande incômodo meu... Sabe, aquilo de se sentir incomodada e não saber exatamente o que é? Era eu, o tempo todo era eu!

Priscila disse...

Nossa...eu me perdi no achado das suas palavras!!!rsrsrsr..