11 de setembro de 2008

O medo

É verdade que com a idade ganhamos muita coisa. Mesmo sendo ainda muito nova, sinto que ganhei maturidade, menos ansiedade e mais calma. Ganhei minha independência financeira, ganhei dois filhos lindos, marido, casa.
Mas também ganhei peso, metabolismo mais lento, manchinhas na pele, responsabilidades, clientes, dívidas e medos. Era neste ponto que eu queria chegar: os medos. Não me lembro de ter muitos medos na adolescência, na verdade, acho que quando somos adolescentes não tememos nada, a não ser a bronca de nossos pais.
Parece que quanto mais coisas ganhamos ao longo da vida, mais medos nascem, inclusive o medo de perder estas conquistas. Não sei bem porque estou falando isso, talvez porque senti medo hoje.
A vida vai passando e vamos ficando mais reflexivos, com maior embasamento, mais experiências e tudo isso parece confluir para que sejamos mais temerosos...não sei se é verdade...mas sinto que estes medos, em certa medida, são bons. “O medo é o estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência”, o medo nos afasta do perigo, nos faz sermos mais prudentes, mas também pode nos paralisar...e este é o meu maior temor.
Não quero deixar que a idade me transforme em uma pessoa estática, um marionete da rotina e refém dos meus medos. O bom é isso, que da reflexão nasce o medo, mas também nasce a capacidade de dicernir entre as duas medidas.

Ainda vou envelhecer mais, assim espero, e o tempo me trará respostas mais claras, ou não!?

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